Daily Commute e teletrabalho!

Ora bem, andávamos cansados da vida de Londres, levávamos entre 1h e 1h30 para o trabalho todos os dias, autocarro mais metro e outra 1h30 de volta para casa, metro mais autocarro.

Decidimos que queríamos mudar de casa, já que pagar 1000 libras por mês por um T1 com um quintalinho é um abuso e começámos a procurar emprego fora de Londres. O Ricardo arranjou emprego em Oxford e tratámos da mudança. Pelas mesmas 1000 libras temos um segundo quarto e uma casa à séria com quintal, onde dá para fazer um estendal que parece a aldeia da roupa branca.

Por outo lado, agora levo 2h em cada sentido! Parece mau e é mau, mas é menos mau.. passo a explicar: Vou de autocarro para Londres, o autocarro pára aqui ao pé de casa, sendo que há 2 linhas, o X90 e o Oxford Tube que, em cerca de 1h20 me deixam em Marble Arch, daí são 4 estações de metro e estou no escritório. Vou super confortável, os autocarros têm wifi com largura de banda suficiente para chamadas skype ou para facebookar e posso sempre dormir uma soneca se estiver muito cansada.

No primeiro dia, experimentei ir às 06h da manhã, demorei 2h, no segundo dia fui às 09h, demorei 2h. Já experimentei sair 08h30, chego às 11h na mesma porque apanho mais trânsito. Vou às 09h, portanto! Faço as minhas 07h30 de trabalho seguidas e entre as 18h30 e as 19h inicio a viagem de regresso.

A boa notícia é que, desde a semana passada, estou a trabalhar dois dias por semana de casa, reduzindo assim, em 40% o numero de horas passadas a comutar.

Trabalhar de casa exige toda uma nova disciplina. Nada de trabalhar de pijama! Acordar, tomar banho e vestir-me continuam a ser as primeiras tarefas do dia. O pequeno almoço já é tomado em frente ao computador. Uma série de acessos online permitem-me estar ligada ao escritório e uma aplicação no telemovel fazer e receber chamadas na minha linha direta.

É importante fazer a paragem do almoço, acho eu! Levanto-me, preparo qualquer coisa, como e, por fim, tomo um chá sentada no jardim.

Estes primeiros dias têm corrido bem e até acho que foram mais produtivos que os que passei no escritório.

Quem é que já trabalhou a partir de casa? Conselhos?

Ser emigrante é fantástico!

Emigrar implica sair da nossa zona de conforto, enfrentar desafios constantes e dar valor a coisas anteriormente banais!

Quando emigramos, descobrimos que conseguimos viver com menos, menos espaço, menos dinheiro, menos roupa, menos objetos. Também descobrimos que é possível viver com mais, mais distância da família e dos amigos, mais tempo sózinhos, mais frio, mais calor, mais amigos novos.

Oxford GroupieEu, que toda a vida morei na mesma rua (mesmo quando comprei casa própria, era no prédio em frente dos papás), já tive 3 moradas desde que vim para o Reino Unido: primeiro um quarto em Willesden, depois um T1 com um quintalinho em Hanwell e agora uma casa de 2 quartos com um jardim nas traseiras em Oxford. Em Portugal ia de carro para o trabalho, máximo 30mn de viagem, agora faço um commuting 3 vezes por semana de 2h em cada sentido e não me queixo porque os outros 2 dias trabalho a partir de casa!

Ser emigrante significa que os amigos fazem questão de nos visitar sempre que vêm a Londres e que temos “quality time” com todos eles! Às vezes malta que passávamos o ano todo só a trocar likes no Facebook.

Sopa de peixeSer emigrante significa que damos muito mais valor ao sabor da comida da mãe e a sopa de peixe de rio do meu pai é o melhor piteu do mundo!

Ser emigrante significa que passamos a achar normal um dia ir de fato para o trabalho e no dia seguinte de havaianas, porque já não temos nenhuma reunião com clientes.

Quando o sol aparece, vamos a correr para o jardim fazer um piquenique ou pomo-nos de fato de banho a apanhar sol e fica-se a pensar, mas como é que eu deixava de ir à praia num dia bom só porque não me apetecia?

Ser emigrante significa trazer as malas cheias de vinho, chouriços caseiros, queijos e bacalhau porque cá em casa cozinha-se comida tradicional portuguesa, mas também um excelente risotto e um fantástico salmão wellington.

Nas festas cá em casa fala-se muito Português, mas também Inglês, Russo, Italiano, Espanhol e as linguas de quem mais aparecer.

Ser emigrante significa que um dia vamos voltar não porque falhámos cá fora, mas porque Portugal é o nosso país com todos os seus defeitos e virtudes e é em Portugal que estamos em casa. Mas, enquanto não voltamos, a nossa casa é em Oxford!

Ciclista V.2

Andava já há algum tempo com isto na ideia: oferecer uma bicicleta à Xana! Contudo, e depreendendo da utilização que a Xana dava à sua bicicleta em Portugal, estava um bocadinho reticente. Também a questão financeira de comprar uma nova bicicleta, cortava um pouco a vontade! Depois, mais tarde, descobrimos que a Xana poderia pedir na empresa o CycleScheme*.

Andei, durante uns tempos, a dizer à Xana que se deveria propor a isso, que era como comprar uma bicicleta a prestações, que assim poderiamos andar os dois, etc. É que me custa solenemente, aos fins-de-semana, termos de ir a algum lado e ter de apanhar o autocarro-que-demora-uma-eternidade-a-onde-quer-que-seja-pois-deixa-sempre-passar-as-pessoas-na-passadeira-e-tudo-o-mais. Já tinha dito que, tendo ela uma bicicleta, poderíamos ir os dois a pedalar, aonde quer que fosse. Bem, um dia da outra semana aparece uma cliente na loja, com uma bicicleta mal cuidada (que ela não é muito velha), que tinha deixado a bicicleta uns meses na rua, tinham-lhe roubado a roda de trás e queria mandar arranjar. Nós, na loja, fizemos um orçamento e… custava algo como £180 (sim, aqui é tudo caro!!!). Ora, por esse valor, a cliente mais depressa comprava uma bicicleta nova (na ordem das £260) e tinha uma bicicleta nova. Foi o que ela pensou. E, ao telefone, disse: olhem, fiquem com essa bicicleta. Deitem-na fora, façam o que quiserem. O Joe foi logo perguntar ao Gerente se poderia ficar com ela. O Ian disse que sim. Eu fiquei empolgadíssimo!!! Uau…. Se isso me acontecesse, eu oferecia à Xana… O Joe olhou para mim e disse: Então fica tu com ela!!! Eu era para oferecer à minha mãe ou à minha Irmã mas elas não andam muito! Fica tu com ela… Bem, isto começou a fervilhar na minha cabeça.

Entretanto, o Nick arranjou-me uma roda traseira também que um cliente não quis e que tinha ficado pela oficina e juntei-lhe as peças que faltavam: um raio, uma cassete, câmara de ar e pneu! No meu dia de folga disse à Xana que ía à loja fazer a revisão à minha bicicleta mas… mentira… fui desmanchar a bicicleta da Xana, limpá-la toda, trocar os cabos dos travões e das mudanças e afinar tudo! Como o trabalho ficou por minha conta, acabei por ter de pagar apenas £50 por uma bicicleta! Depois vim para casa montado na bicicleta para a testar (tinha ido para a loja a correr!). Quando a Xana chegou a casa tinha uma bicicleta quase nova à espera dela.

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No dia seguinte fomos logo pedalar até Kensington Gardens, passámos pela loja para comprarmos uns novos punhos, umas luvas e cadeados. A Xana portou-se muito bem!!!! Fez um prémio de montanha sem desmontar – sim, a única subida de Londres, eu faço-a de casa para o trabalho – e aguentou-se à bomboca, quer conduzindo do lado contrario da Estrada, quer as pernocas fazendo prái uns 16Km…

Já só esperamos pelo próximo Sábado!!!!! 🙂

*CycleScheme – É um projecto, um esquema, o que lhe queiram chamar que dá benefícios a todos. Ao utilizador porque lhe permite ir de bicicleta para o trabalho, poupando nos transportes e pagando a bicicleta como se de um crédito se tratasse, sendo o valor retirado do ordenado e tendo um desconto variável consoante a categoria de imposto que o trabalhador tem. Pode ir de 30 a 42% de desconto no valor da bicicleta.
A entidade empregadora também tem benefícios ao criar condições para os trabalhadores irem de bicicleta para o trabalho. Paga menos imposto ao Estado.
O Estado beneficia pois os habitantes ficam menos stressados de ir de carro próprio, vivem melhor e todos ficam contentes.
As lojas de bicicleta vendem muitas bicicletas à conta destes esquemas (não há só um, mas são praticamente todos iguais) criando mais postos de trabalho!

 

What

Ciclista! V.1

Depois de se conseguir o primeiro emprego, qual é a primeira coisa acertada a fazer? Exactamente! Comprar uma bicicleta! Este é o meio de transporte privilegiado em Londres (pelo menos para mim….). Os autocarros são a maior seca do mundo. O trânsito é complicado, os motoristas ou têm alergia ao acelerador ou o pedal do acelerador tem picos e eles picam-se se o pressionarem muito, e os autocarros são frios no Inverno e quentes na Primavera – nem quero imaginar no Verão!

O Tube é bom, rápido e eficiente mas caro. Também, depois, não são poucas as vezes em que existem problemas nas linhas e a coisa fica mais complicada. Conclusão: Get a bike!

Depois de uma análise extensiva ao mercado, e depois de muito pensar se valia a pena antes, trazer uma das minhas de Portugal, apareceu um negócio de comprar um verdadeiro “chaço” por £60 a um colega meu. Uma bicicleta de BTT, velha, pesada, mas funcional. Excelente para Londres. Assim ninguém a rouba…

É que ter aqui por estas bandas uma coisa mais valiosa, é um convite aos assaltantes. Há que ter muito cuidado.

Portanto, gastei o valor do passe mensal numa bicicleta. Primeiros dias de bike para o trabalho e tudo corre perfeitamente. Os automobilistas respeitam os ciclistas, são simpáticos e não houve problemas de maior. Não houve confusão com o lado “direito” da circulação porque, havendo sempre trânsito uma pessoa não se engana.

Depois da primeira semana de “commutação” começaram os “problemas”…

Primeiro, ganho de forma física. Depois de uma semana a pedalar todos os dias, o ego cresce assim como a forma física. Então, todos os dias é um “Sprint” a tentar apanhar o ciclista que vai ali mais à frente, ou a tentar passar o 52 (que era o autocarro que apanhava para o emprego, e se o passar quer dizer que compensa sempre ir de bicicleta….), ou para apanhar o semáforo verde, etc…

Stresses? Apenas um… Lançado (como sempre), esbaforido e cheio de pressa, entro numa pequena rotunda à confiança. Vem um carro do lado esquerdo que, por alguma razão, não me vê, e mete-se à minha frente. Num ápice, viro para o meio da Estrada e passo por ele. Quando me vê, trava e deve ter apanhado um susto de primeira. Continuo a pedalar (depois do susto) e vejo que o carro vem atrás de mim. Tenta apanhar-me, buzina freneticamente algumas três vezes, até que me “apanha” num semáforo vermelho. Aí, olho para ele, está a o condutor a pedir-me imensas desculpas pois não me viu…

Ok… Poderia ter sido pior… No pasa nada! Siga….

Dos carrinhos de bebé e das trotinetes

Os carrinhos de bebé são uma praga nesta cidade! Estão por todo o lado, atravancam os autocarros, ocupam o espaço das cadeiras de rodas. E vêm aos pares e aos trios também. Como carro é meio de transporte muito menos utilizado por aqui não há a restrição ao número de filhos imposto pela capacidade do banco de trás. Por outro lado, os subsídios também são muitos e generosos, pelo que, para determinada camada da sociedade, compensa ter mais filhos.

É normal ver uma mãe acompanhada de 4 crianças, com idades em escadinha desde o recém-nascido (no carrinho, claro) aos 6 anos. Também já me cruzei algumas vezes com um casal e as suas 5 filhas, seja a entrar no autocarro ou a saírem da escola (tão giras com os seus polos iguais!).

Os carrinhos são usados até bastante tarde, se não houver irmão mais novo que tome o lugar no mesmo. Tal como em Portugal já observava, muitas vezes já têm idade para andar pelo seu próprio pé e continuam a ser empurrados pelos pais. Alguém que tenha filhos que me explique, porque para mim parece que estão a criar uns preguiçosos, mas pronto!

A alternativa a andarem de carrinho é a trotinete. Muito direitos em cima da mesma e a mãe ou o pai a puxar a dita. Não me quero repetir, portanto favor reler o que escrevi no parágrafo anterior.

Cidade estranha e diversa esta, hein?

Orçamento

Nós andámos às voltas com o orçamento desde que decidimos dar o salto, na verdade! Começou por ser um excel em que pusemos as despesas de viagem, onde íamos pondo todas as despesas previstas quando chegássemos, passou por, nos primeiros dias, lançar todas as que tivemos até que percebemos quanto é que precisávamos por semana.

E esta foi a primeira mudança em termos de pensar o dinheiro. Porque eu recebo à semana, porque muita coisa se paga à semana, deixámos de pensar em despesas por mês e passámos a pensar em semana.

Resumidamente, como casal, precisamos de 300£/ semana. Metade desde orçamento vai direitinho para o quarto. Podíamos ter um ligeiramente mais barato, mas seria mais pequeno, partilharíamos a casa de banho com mais gente ou a casa poderia ser uma bagunça. Tal como está, achamos este a nosso jeito. Depois, vão 40£ para os passes de autocarro, 50£ para supermercado, ficam 60£ para almoços e outras despesas como a ida semanal ao pub que não dispensamos. Neste momento, vamos passar a comprar passes mensais, o que significa que na primeira semana, gastamos 410£, mas que nas outras o orçamento baixa para 260£.

Comunicações, carregámos 10£ em cada telemóvel no início do mês e ainda temos bastante saldo, estamos mesmo a pensar que já vamos poder comprar um pacote de dados cada um e, portanto, navegar à vontade sem andar à procura do wireless gratuito mais próximo.

De notar que não incluí roupa e outras despesas neste orçamento, pelo que deve ser encarado como o mínimo necessário para sobreviver em Londres. Trocado em miúdos… um paga as despesas e o outro guarda o ordenado para outros vôos.

Aos potenciais novos Londrinos

Praticamente, todos os dias recebemos pedidos de ajuda de malta que quer dar o salto. Perguntam-nos o que devem fazer, se o nível de vida é muito alto, como arranjar emprego, alojamento, etc… Foi também a pensar nestes casos que decidimos escrever o blog e muitas das respostas já aqui estão.

Já nos pediram para rever cvs (Micas, o teu não está esquecido!), mas muitas vezes pedem-nos para os avisarmos se soubermos de alguma coisa para eles! Lamentamos, mas não nos é possível responder nestes casos, estamos tão ocupados a procurar emprego/ casa para nós, a lidar com as contingências do dia-a-dia, a pôr a conversa em dia com os nossos pais, a resolver alguns pendentes que deixamos em Portugal que não dá para procurar emprego para outras pessoas. Tanto mais que não sabemos o que querem encontrar, acho que muitas vezes nem eles próprios sabem.

Podemos, e fazemo-lo sempre, dar testemunho da nossa experiência. Damos e deixo aqui a lista dos sites que consultamos semanalmente:

Quando, efectivamente, formos procurar uma casa para nós, deixaremos aqui a lista dos sites que preferimos. É com o maior prazer que recebemos quem chegar no aeroporto e vos levamos ao vosso alojamento (foi o que fizeram connosco e estamos muito gratos). Se for o conveniente para vocês até procuramos um quarto aqui perto em Willesden ou aconselhamos a melhor área para procurar em função do vosso budget/ local de trabalho.

Acima de tudo, o nosso conselho é: façam um plano, identifiquem as áreas em que gostariam de trabalhar, comecem a construir uma rede tendo esse fim em vista. Contem connosco para todas as informações que precisarem e para vos receber de braços abertos, sempre!

Novas rotinas

A vinda para Londres traduz-se em novas rotinas também. Seja o quarto que tem de ficar arrumado e a loiça do pequeno-almoço lavada de manhã porque partilhamos a casa com outras pessoas que não têm de levar com a nossa desorganização, seja os pequenos gestos diários.

Desde que estou a trabalhar que me levanto antes das 07h da manhã, tomar banho, vestir, secar cabelo, arrumar quarto, não pode demorar mais de 1h, afinal tenho de apanhar o autocarro antes das 08h. Em casa ainda coloco a base, mas o resto da maquilhagem faço no andar de cima do autocarro e, em dias de sol como hoje, até corre melhor! Tenho a mão firme e já me habituei a prever os solavancos antes de eles acontecerem.

Chegar cerca das 09h ao escritório (esta é mesmo uma nova rotina, há mais de 10 anos que não trabalhava em escritório), a primeira coisa a fazer é o primeiro copo/ chávena de chá. É prática comum das empresas ter chá e café à disposição dos colaboradores. O Festival de Cannes Lions com as suas centenas de colaboradores, entre permanentes e temporários, não é excepção. Confesso que adoro poder beber 5 copos grandes de papel de chá por dia.

A hora de almoço é curta. Em 30 mn estou despachada, aproveito para ver o que se passa no LinkedIn e para visualizar algum vídeo que me tenha chamado atenção nos sites das agências. Os hábitos locais são de levar marmita e aquecer ou comprar o chamado meal deal num supermercado: sandes + snack/ fruta/ barra de chocolate + bebida por £ 3.00. Nós adoramos as sandes daqui e fica em conta, portanto tem sido a nossa opção.

Sai-se cedo, normalmente 17h estou a sair. Ainda há muito dia e dá para ir às compras ou passear em Camden Town (fica a 150 m do escritório atual). Já o Ricardo só fecha a loja às 19h e sair não sair são muitas vezes cerca das 20h. Frequentemente, apanho o autocarro que me leva da porta do escritório à porta da loja dele e regressamos juntos.

O jantar é mais tradicional, sei que não temos posto muitas fotos no FB mas descansem que continuamos a comer risottos, salmão grelhado e frango com natas e cogumelos. Só que a louça é bem mais feia e falta a bela da garrafa de tinto alentejano para compor a foto.

Vamos para a cama cedo, não temos televisão e o Vitinho chama, 22h30 já estamos a caminho.

Aos fins-de-semana, sempre que possível, passeamos por Londres, vamos aos museus (que são gratuitos muitas vezes), misturamo-nos e somos turistas na cidade que escolhemos. Uma vez por semana jantamos num pub e aí deliciamo-nos com asas de frango ou com comida tailandesa (não me perguntem a lógica de acoplar um restaurante Tailandês a um pub Inglês), mas que é de comer e chorar por mais, não tenham dúvidas.

E assim se passam os dias, com mais ou menos frio, chuva ou neve, mas sempre com os olhos postos no futuro e a prosseguir os nossos sonhos.

Comboios

Não é por acaso que Inglaterra tem uma das melhores redes de comboio do mundo, afinal foi aqui que foram inventados!

Fomos a Bath de comboio porque o Ricardo tinha lá uma entrevista e eu amo a cidade, portanto aproveitámos para passear. De Londres para Bath, o combóio leva 1h30 e partem comboios a cada 30 mn. Comprámos os bilhetes online e fomos levantá-los à estação. Convém comprar os bilhetes com bastante antecedência, já que o preço vai subindo. Também convém marcar lugar, caso se tenha a certeza do combóio em que se pretende viajar, já que os bilhetes abertos (permitem viajar em qualquer um, ou apenas nos off peak, consoante o bilhete comprado) não asseguram lugar e corre-se o risco de viajar 4h de pé ou sentado em cima das malas como amigos nossos nos contaram que viram acontecer.

Os bilhetes não são caros, nem baratos. Custam mais ou menos o mesmo que em Portugal e o serviço é equivalente ao nosso Alfa ou Intercidades.

Agora uma coisa achámos a nossa CP muito mais à frente. Quando na CP compramos bilhetes online, recebemos um sms com os detalhes do bilhete e o revisor verifica apenas o documento de identidade da pessoa que reservou o lugar. Aqui, para ir e vir a Bath, duas pessoas, implicou a impressão de 8 bilhetes + 1 recibo. Um desperdício do nosso tempo, que tivemos de ir a uma estação levantar os bilhetes e de papel.

Quanto a Bath? Adorámos a cidade e vamos lá voltar para um fim de semana já que a entrevista não correu tão bem quanto o esperado e, portanto, não vamos viver para lá .IMG_0729IMG_0698

Metro – Tube

O Tube é a forma mais eficaz de nos deslocarmos em Londres, mas é caro! Os passes mensais variam entre as 116 libras e as 300, dependendo das zonas incluídas. A maior parte das viagens inclui transbordos e, ao fim de semana, convém verificar quais as linhas que estão a ter obras, já que podem interromper a circulação. As estações são velhas e feias, principalmente quando vimos de Lisboa em que muitas estações são verdadeiras obras de arte, as composições são novas e bem tratadas, os colaboradores são atentos, simpáticos e sempre disponíveis para ajudar.

Lê-se muito no metro de Londres. É normal ver alguém a ler um livro ou a “folhear” um e-book enquanto come uma sandwich. Outra alternativa são os diversos jornais gratuitos distribuídos à porta das estações. Quando acabamos de ler o nosso jornal, é de bom tom dobrá-lo bem e deixar no banco para o próximo ocupante.

O Tube fecha à 01h da manhã, pelo que, depois desta hora, só resta a rede de autocarros.

Nós usamos pouco o Tube. Apenas quando vamos para o outro lado da cidade e temos pressa, ou se autocarro significar 3 autocarros diferentes e 2h de deslocação.