Encontrar casa!

Nestes 4 anos e meio que estamos no UK, já mudámos de morada 3 vezes, primeiro de Willesden para Hanwell em Londres, depois para Oxford e mais recentemente para Didcot, perto de Oxford. Passámos de um quarto numa casa partilhada para um T1 com um pequeno pátio, depois para uma casa com 2 quartos e um pequeno jardim e agora a casa tem 3 quartos, um bom jardim, garagem e, acima de tudo, podemos ter os nossos gatos nesta casa!19437519_10213165560003437_626080313087358247_n

Para procurar casa, as nossas apps favoritas são Zoopla, Rightmoove e Prime Location. As 3 existem como site online mas, curiosamente, é muito mais fácil de ver em mobile. Primeiro há que definir o orçamento e a zona onde querem viver. Eu gosto de passar 2, 3 meses a consultar as apps regularmente para perceber o que é que o meu dinheiro pode pagar na zona por mim definida.

Quando fomos para Hanwell, a principal razão é que os nossos amigos viviam perto, entre Ealing e Northfields, e a central line do tube levava-nos diretos aos nossos trabalhos, ainda que demorando 1h. Quando ficámos cansados da rat race em Londres, começámos a procurar emprego fora. Definimos que queríamos uma cidade não demasiado longe, mas mais pequena e com melhor qualidade de vida. O resultado foi o Ricardo ter arranjado emprego em Oxford e termo-nos mudado para lá. Como eu ia precisar de continuar a comutar para Londres pelo menos 3 vezes por semana (trabalhando de casa os outros 2 dias), escolhemos Headington que fica na saída para Londres e de onde eu podia apanhar o autocarro para Marble Arch (tanto o X90 quanto o Oxford Tube funcionam 24×7, com intervalos entre 15mn, em hora de ponta, ou 1h, durante a noite).1491762_10203706527933547_4954388122698019028_n

Entretanto o Ricardo mudou de emprego para Abingdon e eu passei a trabalhar de casa a maior parte do tempo, pelo que decidimos que era tempo de trazer o Quico e a Pipita para o UK e, para isso, precisávamos de uma casa onde tivessemos autorização para eles. Também precisávamos de um espaço para o meu escritório e o Ricardo queria uma garagem para os “veículos” dele!

Didcot tem ligação em comboio direta a Londres e fica a 25mn de bicla de Abingdon, tem um talho fabuloso, supermercados, cinema e centro cultural – solução perfeita.

Como disse antes, gosto de passar uns meses a perceber o mercado, tanto mais que não vale a pena ir ver casas ou visitar agencias menos de 2 meses antes da data em que nos pretendemos mudar. Com os ditos 2 meses de antecedencia, é fazer a visita a todas as agencias imobiliárias locais (normalmente é muito fácil, ficam todas num raio de 300 metros umas das outras, só seguir o google maps), abrir ficha explicando o que se pretende, distinguindo o que é “must have” do “wish have”. Na semana seguinte percebe-se logo qual vai ser a agencia com quem se vai trabalhar mesmo, vai ser a que liga com algumas sugestões e que continua a ligar até nos arranjar uma casa. Foi o que aconteceu em Hanwell e também em Didcot.

Quando se gosta de uma casa é avançar logo com o processo! Não vale a pena ir ver mais, tanto mais que podem perder aquela de que gostaram. Foi o que quase nos aconteceu em Oxford. O Ricardo foi ver uma casa, como eu não estava não avançou. No dia seguinte, quando contatei a agencia, já alguém tinha arrebatado a “minha” casa. Infelizmente, para o outro casal, não tinham rendimentos suficientes e a agencia contatou-me outra vez e ficámos com a casa.

Por falar em rendimentos: o mínimo é que o vosso rendimento anual bruto tenha de ser 30 vezes o valor da renda mensal, ou seja, para uma renda de 1000 libras, precisam de ganhar, pelo menos, 30k por ano. Para além da renda, contem com mês e meio de depósito (no caso de animais de estimação são, normalmente, dois meses), e as fees da agencia, 180 libras por pessoa é normal! À saída poderá haver custos de inventário (caso a casa seja mobilada) e de limpeza profissional (na casa de Oxford gastei 270 libras – a minha casa estava bem limpa que somos filhos de Alentejanas e mesmo assim…).

Agora devemos ficar por aqui uns anos… Gostamos mesmo desta casa!

 

Aos potenciais novos Londrinos

Praticamente, todos os dias recebemos pedidos de ajuda de malta que quer dar o salto. Perguntam-nos o que devem fazer, se o nível de vida é muito alto, como arranjar emprego, alojamento, etc… Foi também a pensar nestes casos que decidimos escrever o blog e muitas das respostas já aqui estão.

Já nos pediram para rever cvs (Micas, o teu não está esquecido!), mas muitas vezes pedem-nos para os avisarmos se soubermos de alguma coisa para eles! Lamentamos, mas não nos é possível responder nestes casos, estamos tão ocupados a procurar emprego/ casa para nós, a lidar com as contingências do dia-a-dia, a pôr a conversa em dia com os nossos pais, a resolver alguns pendentes que deixamos em Portugal que não dá para procurar emprego para outras pessoas. Tanto mais que não sabemos o que querem encontrar, acho que muitas vezes nem eles próprios sabem.

Podemos, e fazemo-lo sempre, dar testemunho da nossa experiência. Damos e deixo aqui a lista dos sites que consultamos semanalmente:

Quando, efectivamente, formos procurar uma casa para nós, deixaremos aqui a lista dos sites que preferimos. É com o maior prazer que recebemos quem chegar no aeroporto e vos levamos ao vosso alojamento (foi o que fizeram connosco e estamos muito gratos). Se for o conveniente para vocês até procuramos um quarto aqui perto em Willesden ou aconselhamos a melhor área para procurar em função do vosso budget/ local de trabalho.

Acima de tudo, o nosso conselho é: façam um plano, identifiquem as áreas em que gostariam de trabalhar, comecem a construir uma rede tendo esse fim em vista. Contem connosco para todas as informações que precisarem e para vos receber de braços abertos, sempre!

Abrir conta

Com o contrato de trabalho já assente (embora ainda sem o ter a mão), foi altura de abrir uma conta no banco para receber o dinheirinho ao final do mês. Mesmo no início da rua da loja existe uma dependência do Lloyds TSB. Aproveitei a hora de almoço e fui até lá. Fui bem atendido por uma menina que, na impossibilidade de me atender naquele momento, me marcou uma hora, naquele dia, para lá ir ter com ela.

Passado uma hora, fui ter com ela e fomos para uma salinha. Uma rapariga bem simpática, ciclista – que reconheceu a loja onde trabalhava e me disse que, quando precisasse de algo que me iria chatear… – e que me tratou muito bem.

Explicou-me tudo sobre as contas, o que me iriam “oferecer”, aquilo a que eu teria direito e que não teria de pagar fees nenhuns.

Ok. Passados 20 minutos tenho uma conta em meu nome. Depois de ouvirmos histórias de bancos que não abriam contas sem comprovativo de morada ou contratos de trabalho, o mito quebrou-se! Apenas com o Passaporte criei a minha conta no banco. A rapariga acreditou na minha “farda” e mesmo sem o contrato de trabalho abriu-me uma conta!

Simples, rápido e sem custos! Eu ganhei uma conta num banco, uma cliente e a menina do banco ganhou um contacto na loja das bicicletas! É caso para dizer: um parceria win-win!!!! J

Número de Segurança Social – NINO

O NINO é das primeiras coisas a tratar quando se chega cá. É o número da Segurança Social, mas também das Finanças. Tendo em conta que não têm Cartão de Cidadão, é o que nos identifica perante o Estado.

É fácil de tratar. Basta ligar para o nº 0845 915 7006 e marcar a entrevista. A nossa foi marcada para dia 30/01, 09h30 da manhã em Camden Town. Calculámos mal o tempo de viagem e chegámos atrasados. O segurança estava decidido a exercer o pouco de poder que lhe dão e pôs um ar zangado, mas deram-lhe ordens de nos deixar subir. Em 15 mn fomos atendidos, cada um por um simpático funcionário que nos ajudou a preencher o pedido. Documentos necessários: passaporte, NIF português, contrato de trabalho se já tiverem.

Informaram-nos que o NINO chegaria à morada que tínhamos dado em 2 a 4 semanas. Uma semana depois já os tínhamos.

De seguida? De seguida, fomos conhecer o mercado de Camden Town… Já estávamos lá, mesmo!

Mais informações aqui.

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Transferir Subsídio de Desemprego

Como vos disse há umas semanas atrás, os dois estávamos desempregados em Portugal, logo a receber subsídio de desemprego. Um dos factores que influenciou a nossa escolha de destino foi o podermos continuar a receber o subsídio durante 3 meses, enquanto procuramos emprego. É uma rede protectora, que nos ajuda a procurar o que queremos fazer, sem nos enviar diretos para as limpezas. Este sistema existe para toda a União Europeia, Suiça e mais alguns países.

Como fazer? Basicamente, antes de partirem vão à Segurança Social e peçam o documento U2. Tratem disto com tempo, por favor! Nós só fomos uma semana antes de viajarmos e a senhora que nos atendeu assustou-nos imenso ao dizer que o documento não chegaria a tempo, uma vez que temos 7 dias de calendário para nos inscrevermos no Centro de Emprego no país para onde vamos. Sim, porque não é possível obter este documento online, nem é emitido no momento em que o pedimos, é-nos enviado à posteriori para a morada que dermos. Neste caso, demos a da Sónia e do Zé, claro! Qual não é a nossa surpresa quando o documento chegou na 2ª feira a seguir à nossa chegada. A Sónia e o Zé dão-nos sempre boas notícias! Ah, também é preciso ir ao IEFP e cancelar a inscrição, vulgo sair das estatísticas de desemprego portuguesas.

Munidos dos respectivos U2 e passaporte (dá sempre jeito, esta gente não tem BI, nem CC e não entende que documentos são estes), dirigimo-nos ao Centro de Emprego local e quando digo local, quero dizer que vamos a pé. Marcaram-nos uma entrevista para dois dias depois que correu super bem. Enviaram um fax para a Segurança Social Portuguesa a atestar a nossa inscrição, mostraram-nos o respectivo comprovativo e, desde aí, temos de lá ir de duas em duas semanas assinar um papel e pronto! Até dia 12 de Abril, continuamos a receber o subsídio de desemprego português nas nossas contas. Como é Portugal que nos paga, nem nos pedem comprovativos de procura de emprego, como fazem a quem recebe subsídio cá.

Atualização: Se vierem como casal, façam os pedidos individualmente no Centro de Emprego, mesmo que eles insistam num pedido conjunto (joint claim) para evitar o que nos aconteceu: o Ricardo arranjou emprego e eu tive de preencher novamente as 40 páginas de perguntas para iniciar um novo pedido!