Ciclista V.2

Andava já há algum tempo com isto na ideia: oferecer uma bicicleta à Xana! Contudo, e depreendendo da utilização que a Xana dava à sua bicicleta em Portugal, estava um bocadinho reticente. Também a questão financeira de comprar uma nova bicicleta, cortava um pouco a vontade! Depois, mais tarde, descobrimos que a Xana poderia pedir na empresa o CycleScheme*.

Andei, durante uns tempos, a dizer à Xana que se deveria propor a isso, que era como comprar uma bicicleta a prestações, que assim poderiamos andar os dois, etc. É que me custa solenemente, aos fins-de-semana, termos de ir a algum lado e ter de apanhar o autocarro-que-demora-uma-eternidade-a-onde-quer-que-seja-pois-deixa-sempre-passar-as-pessoas-na-passadeira-e-tudo-o-mais. Já tinha dito que, tendo ela uma bicicleta, poderíamos ir os dois a pedalar, aonde quer que fosse. Bem, um dia da outra semana aparece uma cliente na loja, com uma bicicleta mal cuidada (que ela não é muito velha), que tinha deixado a bicicleta uns meses na rua, tinham-lhe roubado a roda de trás e queria mandar arranjar. Nós, na loja, fizemos um orçamento e… custava algo como £180 (sim, aqui é tudo caro!!!). Ora, por esse valor, a cliente mais depressa comprava uma bicicleta nova (na ordem das £260) e tinha uma bicicleta nova. Foi o que ela pensou. E, ao telefone, disse: olhem, fiquem com essa bicicleta. Deitem-na fora, façam o que quiserem. O Joe foi logo perguntar ao Gerente se poderia ficar com ela. O Ian disse que sim. Eu fiquei empolgadíssimo!!! Uau…. Se isso me acontecesse, eu oferecia à Xana… O Joe olhou para mim e disse: Então fica tu com ela!!! Eu era para oferecer à minha mãe ou à minha Irmã mas elas não andam muito! Fica tu com ela… Bem, isto começou a fervilhar na minha cabeça.

Entretanto, o Nick arranjou-me uma roda traseira também que um cliente não quis e que tinha ficado pela oficina e juntei-lhe as peças que faltavam: um raio, uma cassete, câmara de ar e pneu! No meu dia de folga disse à Xana que ía à loja fazer a revisão à minha bicicleta mas… mentira… fui desmanchar a bicicleta da Xana, limpá-la toda, trocar os cabos dos travões e das mudanças e afinar tudo! Como o trabalho ficou por minha conta, acabei por ter de pagar apenas £50 por uma bicicleta! Depois vim para casa montado na bicicleta para a testar (tinha ido para a loja a correr!). Quando a Xana chegou a casa tinha uma bicicleta quase nova à espera dela.

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No dia seguinte fomos logo pedalar até Kensington Gardens, passámos pela loja para comprarmos uns novos punhos, umas luvas e cadeados. A Xana portou-se muito bem!!!! Fez um prémio de montanha sem desmontar – sim, a única subida de Londres, eu faço-a de casa para o trabalho – e aguentou-se à bomboca, quer conduzindo do lado contrario da Estrada, quer as pernocas fazendo prái uns 16Km…

Já só esperamos pelo próximo Sábado!!!!! 🙂

*CycleScheme – É um projecto, um esquema, o que lhe queiram chamar que dá benefícios a todos. Ao utilizador porque lhe permite ir de bicicleta para o trabalho, poupando nos transportes e pagando a bicicleta como se de um crédito se tratasse, sendo o valor retirado do ordenado e tendo um desconto variável consoante a categoria de imposto que o trabalhador tem. Pode ir de 30 a 42% de desconto no valor da bicicleta.
A entidade empregadora também tem benefícios ao criar condições para os trabalhadores irem de bicicleta para o trabalho. Paga menos imposto ao Estado.
O Estado beneficia pois os habitantes ficam menos stressados de ir de carro próprio, vivem melhor e todos ficam contentes.
As lojas de bicicleta vendem muitas bicicletas à conta destes esquemas (não há só um, mas são praticamente todos iguais) criando mais postos de trabalho!

 

What

Os amigos

Olá olá!

Já não escrevíamos aqui há algum tempo precisamente por causa do motivo deste post: os amigos! É que, desde que aterrámos em Londres, pouco tem sido o tempo em que não somos visitados por amigos. E, com o bom tempo a chegar, estes têm-se sucedido a um ritmo alucinante!

Se em Portugal éramos umas pessoas bastante sociais, em Inglaterra, nem sei que vos diga!!!! Para além dos amigos que nos visitam de Portugal, temos ainda os amigos que vamos criando aqui por estas bandas. Portugueses ou não!

E, o mais importante de tudo mesmo, é que muitos amigos fazem os possíveis e impossíveis para nos ver; desviam-se dos seus caminhos para nos virem dar um abraço e um beijinho… Isto são AMIGOS!!!! E temos tanta sorte por vos ter por aqui!!!

Depois, temos outros amigos que já têm viagens marcadas e nos enviam as suas agendas para marcarmos umas saídas com eles. E convidam outros amigos tugas que têm por cá e ainda mais pessoas vamos conhecendo!

ImageEste post pode não dizer nada mas, é um dos mais importantes que já escrevemos aqui, pois sem amigos não somos ninguém! Obrigado a todos os nossos amigos: os que já nos visitaram e hão-de voltar; aos que ainda não tiveram oportunidade de nos vir visitar; aos que passaram por aqui e nem ai nem ui nos disseram, e; aqueles que não nos vão conseguir visitar por mais que queiram!

Quem tem amigos, tem tudo!

Ciclista! V.1

Depois de se conseguir o primeiro emprego, qual é a primeira coisa acertada a fazer? Exactamente! Comprar uma bicicleta! Este é o meio de transporte privilegiado em Londres (pelo menos para mim….). Os autocarros são a maior seca do mundo. O trânsito é complicado, os motoristas ou têm alergia ao acelerador ou o pedal do acelerador tem picos e eles picam-se se o pressionarem muito, e os autocarros são frios no Inverno e quentes na Primavera – nem quero imaginar no Verão!

O Tube é bom, rápido e eficiente mas caro. Também, depois, não são poucas as vezes em que existem problemas nas linhas e a coisa fica mais complicada. Conclusão: Get a bike!

Depois de uma análise extensiva ao mercado, e depois de muito pensar se valia a pena antes, trazer uma das minhas de Portugal, apareceu um negócio de comprar um verdadeiro “chaço” por £60 a um colega meu. Uma bicicleta de BTT, velha, pesada, mas funcional. Excelente para Londres. Assim ninguém a rouba…

É que ter aqui por estas bandas uma coisa mais valiosa, é um convite aos assaltantes. Há que ter muito cuidado.

Portanto, gastei o valor do passe mensal numa bicicleta. Primeiros dias de bike para o trabalho e tudo corre perfeitamente. Os automobilistas respeitam os ciclistas, são simpáticos e não houve problemas de maior. Não houve confusão com o lado “direito” da circulação porque, havendo sempre trânsito uma pessoa não se engana.

Depois da primeira semana de “commutação” começaram os “problemas”…

Primeiro, ganho de forma física. Depois de uma semana a pedalar todos os dias, o ego cresce assim como a forma física. Então, todos os dias é um “Sprint” a tentar apanhar o ciclista que vai ali mais à frente, ou a tentar passar o 52 (que era o autocarro que apanhava para o emprego, e se o passar quer dizer que compensa sempre ir de bicicleta….), ou para apanhar o semáforo verde, etc…

Stresses? Apenas um… Lançado (como sempre), esbaforido e cheio de pressa, entro numa pequena rotunda à confiança. Vem um carro do lado esquerdo que, por alguma razão, não me vê, e mete-se à minha frente. Num ápice, viro para o meio da Estrada e passo por ele. Quando me vê, trava e deve ter apanhado um susto de primeira. Continuo a pedalar (depois do susto) e vejo que o carro vem atrás de mim. Tenta apanhar-me, buzina freneticamente algumas três vezes, até que me “apanha” num semáforo vermelho. Aí, olho para ele, está a o condutor a pedir-me imensas desculpas pois não me viu…

Ok… Poderia ter sido pior… No pasa nada! Siga….

Ciclistas

2013-03-20 09.20.06

Londres é, de facto, uma cidade enorme, multicultural, cheia de pessoas diferente, esquisitas e, muitas delas, ciclistas.

Todos os dias se vêem milhares de ciclistas a irem para os seus trabalhos no centro de Londres, na periferia, em qualquer lado. E é giro ver a multiplicidade de formas, cores e componentes de cada bicicleta. Tanto encontramos uma senhora já com alguma idade numa “pasteleira” – aqui chamam-se Pashley porque é o nome da marca inglesa mais popularizada neste tipo de bicicletas – com um cesto de verga à frente, como uma rapariga de calças, numa bicicleta de Estrada em carbono, com o capacete todo torto na cabeça, guarda-lamas (para não se sujar) e toda ofegante a pedalar forte.

Mas ainda ontem vi um rapaz, todo equipado, de mochila às costas a pedalar numa Venge  S-Works (para os menos entendidos, uma bicicleta de mais de 8.000€…) todo lampeiro a caminho do trabalho enquanto fazia o seu treino matinal… UAU!!!!! Esta “fauna” é mesmo díspar….

Entre toda esta gente, são muitos os que passam na loja seja para comprarem luzes, câmaras-de-ar, encher os pneus ou comprar géis ou mesmo outros componentes. E também aqui há de tudo: ciclistas antipáticos, pessoas extremamente simpáticas, com óptimo sentido de humor, outros “macambúzios”, ,etc. Eu e o Joe temos uma tendência natural para não dizer que não a uma menina/senhora. Quando chegam ao pé de nós para comprar uma câmara-de-ar nova… ah, e se poderiamos mudá-la…. Claro que sim. Somos incapazes de dizer que a oficina está cheia de trabalho. Nós mesmo o fazemos. Mãos todas sujas mas, as meninas saem da loja com uma bicicleta “nova”. Ah, claro, depois de pagarem as 17 libras que custa o serviço claro. Não ando eu com as mãos todas secas (de tanto as lavar), cheias de feridas para não facturar.

A loja tem uma bomba para emprestar a quem passa e é um dos acessórios mais concorridos. Faz com que tenhamos casa cheia por vezes. Muitas meninas pedem a bomba para encher. Mas… Muitas vezes não conseguem encher. Ainda ontem me virei para uma cliente ao fim de alguns segundos: Precisa de ajuda? Resposta da cliente: É assim tão óbvio???? Pronto. Porta aberta para piadinhas à Ricardo: Sim, eu ajudo, não faz mal. Só tenho é de avisar que sou profissional da coisa e cobro £5 por cada bombada! Risada pegada claro! Adoro clientes com bom sentido de humor. E, muitas das vezes, conseguimos ter momentos bem divertidos na nossa loja.

Gosto e sinto-me bem ali.

Abdul Mãos-de-Tesoura

Bem, ao fim de dois meses em Londres, o menino Ricardo não podia esperar mais pela sua querida Viviane e teve mesmo de ir cortar o cabelo.

Não foi tanto a falta de oferta que, pulula por estes lados, mas antes, tentar replicar a mestreza e carinho que a cabeleireira de anos e anos sempre colocou neste cabelinho de ouro!

Ora , mesmo aqui na rua encontramos o Golden Fingers. Dois árabes no interior cortam o cabelo. O preço até nem era mau de todo, ora vamos lá. Não há-de ser nada!
Chego, cumprimentam-me e está já a sair um senhor pelo que fica uma cadeira vaga. Convidam-me a sentar, colocam uma fita no pescoço e depois o tradicional enorme pano para nos cobrir do cabelo que há-de cair.

Pergunta como desejo cortar e lá me faço entender. Máquina Zero dos lados e atrás. E Máquina 1 em cima. Tuca-tuca, lá vai o senhor cortando o cabelo utilizando as duas mãos – sim, que já vi um rapaz cortar o cabelo com a máquina numa mão, e a outra no bolso enquanto ouvia phones!!!! – e nada apontar.

Depois então começam os problemas…. Ele pergunta-me se quero “shave” e faz gestos à volta do couro cabeludo. Digo que sim. Pensei: quer aparar o corte de cabelo. Acedi que sim e recosto a cabeça. Ele começa dos lados, muito bem, depois atrás e, para meu espanto, à frente! Pronto!!!! Caldo entornado!!!!
Fico com um enorme risco perfeito na minha frente. Nem sei o que pareço… Felizmente, é cabelo e volta a crescer, e daqui a umas duas semanas já mal se vai notar…. Mas… E agora? Como vou ficar nestes dias, com um enorme “risco certinho” mesmo na frente da carola?

Bem, pelo menos sei onde “falhámos”… Para a próxima, “no more shaving” na cabeça. Só de lado e atrás!!!! No final de contas, o Golden Fingers não tem assim tanto de Gold…. Deve ser mais só talhado a ouro…. Lá por trás, continua a ser madeira…

Abrir conta

Com o contrato de trabalho já assente (embora ainda sem o ter a mão), foi altura de abrir uma conta no banco para receber o dinheirinho ao final do mês. Mesmo no início da rua da loja existe uma dependência do Lloyds TSB. Aproveitei a hora de almoço e fui até lá. Fui bem atendido por uma menina que, na impossibilidade de me atender naquele momento, me marcou uma hora, naquele dia, para lá ir ter com ela.

Passado uma hora, fui ter com ela e fomos para uma salinha. Uma rapariga bem simpática, ciclista – que reconheceu a loja onde trabalhava e me disse que, quando precisasse de algo que me iria chatear… – e que me tratou muito bem.

Explicou-me tudo sobre as contas, o que me iriam “oferecer”, aquilo a que eu teria direito e que não teria de pagar fees nenhuns.

Ok. Passados 20 minutos tenho uma conta em meu nome. Depois de ouvirmos histórias de bancos que não abriam contas sem comprovativo de morada ou contratos de trabalho, o mito quebrou-se! Apenas com o Passaporte criei a minha conta no banco. A rapariga acreditou na minha “farda” e mesmo sem o contrato de trabalho abriu-me uma conta!

Simples, rápido e sem custos! Eu ganhei uma conta num banco, uma cliente e a menina do banco ganhou um contacto na loja das bicicletas! É caso para dizer: um parceria win-win!!!! J

Primeiro emprego

Uma das coisas que pensámos, erradamente, era que, devido à enorme quantidade de anúncios que existiam e que a cada dia eram lançados nos sites de emprego, que seria fácil arranjar um trabalho. Nem que fosse algo temporário e, depois, mudar. Não funciona assim. Mesmo com a enorme quantidade de anúncios, temos de contra com 500 mil candidatos à função e, como as empresas fazem tudo by the book, as coisas tendem a demorar o seu tempo…

 

Portanto, quase duas semanas depois de chegarmos, tenho uma entrevista numa loja de bicicletas – por sinal, a maior de Londres – e depois de 20 minutos de conversa, sou convidado a ir para a loja vender. Aceito o desafio e lá vou eu. Como não tenho nada a perder, não tenho medo de abordar os cliente e vou satisfazendo as suas curiosidades e desejos. Faço algumas vendas.

Uns 20 minutos depois, sou chamado ao gabinete do gerente que me convida para um part-time. 16 horas por semana. É o que pode oferecer mas que, com o meu CV e com a necessidade de vir a precisar de Full-Times em Março/Abril, tenho uma grande carreira à minha frente.

Vou ter com a Xana e almoçar, finalmente (eram umas 15h) e tenho de voltar para a loja, pois entro às 16h e saio às 20h.

Durante essa tarde vendo a minha primeira bicicleta, para além de muitos acessórios. Todos os colegas na loja olham com respeito, comentam uns com os outros que “ah, ele era gerente de uma Specialized Concept Store em Portugal”, e depois vende logo uma bicicleta na primeira tarde… ele deve ser bom!!!!!

Os restantes dias seguiram sempre muito produtivos. Os clientes entram na loja com dinheiro para gastar, só temos de os ouvir, saber o que pretendem, aconselhá-los e… vender! Ao fim de duas semanas de Part-Time, em que trabalhei 10 dias, vendi 10 bicicletas, mais de 15K libras e já todos na loja gostavam de mim!

 

Entrentanto, recebi um convite para ser Assistant Manager na melhor cadeia de bicicletas do UK, em Kensington e, não pude deixar de aceitar. Enquanto estar na maior loja de bicicletas de Londres era entusiasmante, não deixava de ser um Part-Time. Aqui, iria ter um contrato efectivo – com 3 meses à experiência – e um cargo de… chamemos-lhe, semi-chefia! Todos os meus ex-colegas ficaram tristes com a minha saída mas, também, contentes por ter conseguido, tão rapidamente, uma oferta tão boa. E que muitos já tinham tentado a sua sorte naquela empresa para onde eu iria… O que só me deu ainda mais confiança de ter tomado a decisão certa.

 

Na nova loja, uma loja pequena situada em Kensington, bem diferente… Um ritmo mais lento mas, seja de manhã, antes de entrarem no trabalho, durante a hora de almoço e depois de saírem do trabalho, os ciclistas londrinos enchem a loja e não temos, literalmente, mãos a medir. Temos de ser cordiais, profissionais, levar as vendas até ao fim, ajudar os clientes mas, fazê-lo rápido pois temos mais dois ou três clientes à espera! É um conceito diferente e o pessoal é afável e professional. Nada a apontar.

Primeira entrevista

Ok. Não foi à primeira, não foi à segunda… Tinha de ser à Terceira!!! Uma entrevista marcada. Onde? Numa loja de bicicletas, pois então! E poderia ser melhor? Poderia. Hum… Bem, poderia existir um autocarro aqui à porta que me deixasse mesmo à porta da loja. Well, your wish is my command! Epá, perfeito!

Acordamos bem cedinho, uma banhoca para arrebitar as pestanas, um grande pequeno-almoço e ala para o frio que nos espera uma hora de autocarro. É engraçado ver que aqui a vida começa bem cedo. São nove e picos e existem muitas pessoas na rua, muita vida activa, muita gente já acordada há bastante tempo.

Hora da verdade, entrevista na loja. Chegada um pouco mais cedo par air visitando a loja quando vem de lá o Gerente. Mostra-me um pouco a loja, a Oficina, o armazém e temos a entrevista na copa, em dois banquinhos. Oferece-me um chá mas não aceito, educadamente. Acabara de tomar um Capuccino no Starbucks.

A entrevista seguiu controlada. Isto é, já são muitos anos a “virar frangos”. Não somos miúdos, controlamos a entrevista sem dar muito nas vistas. Falador, bem disposto, de forma a mostrar os excelentes dotes de comunicador e… siga para bingo! No final, o Gerente mostra-se surpreso! Mais de hora e meia de conversa. Normalmente, refere, estas entrevistas demoram menos de uma hora. Mas, eu tenho muita coisa no Currículo. Tenho um bom Currículo, termina! Só pode augurar algo de bom.

Agora, semana e meia de espera pela resposta e, se positiva, é para começar no final de Fevereiro.

Mal-vestidos

Londres é uma cidade muti-cultural. Disso não havia dúvidas. E, como tal, tem gentes de todas as raças, todos os feitios, de todas as nacionalidades. E tem aves-raras. Cidade europeia que se preze, tem de ter aves-raras. E não falamos dos vários estilos de moda como góticos, pin-ups, gentlemen, etc. Falamos mesmo das aves-raras, aquelas/es que, dentro do seu estilo, ridículo, conseguem não conjugar peças de roupa e parecem desconstruir todo o conceito de moda, se é que ele existe.

Infelizmente não podemos captar estas figuras, ou porque aparecem como se vindas sabe-se lá de onde, ou porque não temos a máquina à mão. Mas, é com cada ave-rara, cada cromo mais difícil… Se ao menos fossem coerentes. Por exemplo, vimos uma pin-up no metro. Mas, dentro do estilo, que se reconhecia, a miúda estava “perfeita”. Agora incongruências no estilo, maltrapilhos e mal vestidos… Ui ui…

London is a multi-cultural metropolitan capital. No doubts about it. So, it has people from all races, from all sorts, from every country. And have strange-people. Every European capital has to have their own strange-people. And we’re not talking about those lifestyles like gothics, pin-ups, gentlemen, and so on. We’re really talking about strange-people. Those who can’t match pieces of clothes and seem to be deconstructing all the concept of fashion, it there is such a thing.

Unfortunately we can’t capture these figures, or because they appear from who knows, or because we don’t have the camera ready. But, such a figure each time… it seem like a card for a collection… If at least they we’re coherent. For example, we saw a pin-up girl in the Tube. But, inside the style, which was recognizable, the girl was “perfect”. But inconsistency in your own style, ragamuffins and badly dressed… Ouch!!!!

London Bike Show

As expectativas eram grandes. Mas saíram um pouco furadas. Esperava mais. Sinceramente. A grandiosidade do mercado, a estrutura comercial em torno do sector das bicicletas é de uma dimensão tão grande que esperava muito mas espaço, mais marcas, mais stands, mais pessoas.

Então o que teve o Bike London Show? Mais do que tudo, teve show: demonstrações, ciclistas radicais, pista de testes, provas acessórias. O que teve de vantagem face ao mercado? Bem, é certo que com condições meteorológicas tão adversas, os ingleses se sintam menos inclinados para andarem de bicicleta no Inverno. Assim, uma feira em Janeiro, começa a arrebitar os londrinos para as bicicletas. Esta, mais do que uma montra dos modelos “novos” (lançados em Outubro do ano passado), funciona como dois pólos: venda directa de produtos de inverno com saldo (grande stand da Madison neste ponto) e pré-venda de bicicletas para o início da Primavera, no mês de Março. Uma relação mais próxima com os clientes finais em que, efectivamente, se podem fechar negócios mas, apenas uma pequena mostra do que é o mercado das bicicletas em Inglaterra!

Como diria alguém, mais depressa o NEC de Birmingham que tem lugar em Setembro é o evento de lançamento dos novos modelos em que todas as marcas estão presentes do que propriamente este evento, em Londres, quase que como a dizer aos londrinos: ah afinal de contas, também temos um evento dedicado ao mercado das duas rodas.

Agora, só um aparte. A quantidade de marcas com bicicletas eléctricas expostas só por si dava outro post. É um mercado muuuito à frente!