Viagem ao NHS, de ambulância

Nada de pânicos! Não foi nenhum de nós! Apenas um susto que a Rosa, a nossa senhoria nos pregou ontem ao fim do dia/ noite.

Estava eu muito descansadinha no quarto, a enviar cvs, quando me aparece uma Rosa pálida como a cal a pedir para chamar a ambulância. Lá liguei para o 112 que passou para as ambulâncias e, por telefone, é feito o primeiro despiste. Como respira bem, está consciente e se pode mover não mandam logo a ambulância. Pedem para ficar junto ao telefone e recebo um segundo telefonema, já de uma enfermeira que, de forma extremamente carinhosa chamou-me love e dear todo o tempo), fez um segundo diagnóstico e envia a ambulância.

Chegaram silenciosamente, só com as luzes, subiram, diagnosticaram e ala que se atrasa a malta para o Hospital. Deixaram-me ir na ambulância, coisa que em Portugal não acontece! Na verdade, precisavam de tradutor mesmo, uma vez que a Rosa fala apenas o essencial de Inglês. No caminho, deram-lhe um analgésico por via respiratória, que lhe aliviou bastante as dores que sentia na zona abdominal. Em todo o caminho não ligaram a sirene, nem foi necessário andar em fora de mão ou fazer rotundas ao contrário como já vimos. Oooooohhhhhhhhhhhh!

Chegadas ao Hospital, despiste pela enfermeira, copinho na mão para ir fazer xixi e despedimo-nos dos nossos companheiros de viagem. No caminho tinha dado para conversar e fiquei a saber que a senhora gostava de sapatos e que a única vez que tinha estado em Portugal tinha sido na Praia da Rocha (ninguém merece!).

Passados nem 10 mn, um rapaz novo, giro, chama a Rosa e lá vamos nós. Apresenta-se como Craig e que é médico ali! Ficamos a olhar, parece demasiado novo, demasiado gentil e demasiado prestável para ser médico. Repete as perguntas que já tinham sido feitas e a certa altura eu já respondo, antes de me perguntar. Ri-se! Por fim, recolhe sangue para análise (yup, não chamou uma enfermeira para o fazer) e deixa-nos ali. Volta passados uns minutos. Em princípio é vesícula, vai pedir à especialidade para vir observar e dar a certeza e, entretanto, toca de ir fazer um RX e também tomar um analgésico.

No RX, deram pela falta da pulseira identificadora, toca de ir à receção pedir uma. Como tínhamos chegado de ambulância, era normal que não tivesse ainda. A caminho da receção, um outro médico já tinha perguntado se era a Rosa, quando regressámos, já não deixou ir ao RX, quis observar primeiro, com a ajuda de outra médica. Se o Craig era giro, este era muito mais! Acrescentava ser um homem maduro e cheio de charme. Aqui para nós, acho que estes médicos giros ajudaram tanto quanto o analgésico a tirar as dores. No final, confirmou o diagnostico do Craig e informou que, consoante o resultado das análises poderia ficar internada ou vir para casa e ser chamada para outros exames e consulta à posteriori. As análises estavam boas e viemos para casa!

As voltas para vir para casa merecem outro post. Agora é tempo de conclusões sobre as urgências em Londres: são muito calmas, têm poucos pacientes, as coisas são tratadas sem stress! Os médicos vão chamar os pacientes à sala de espera e apresentam-se pelo nome. A todo o tempo estava a comparar com as urgências de S. José e Londres pareceu-me melhor. É uma primeira impressão e sabemos o valor que estas têm na relação posterior.