Orçamento

Nós andámos às voltas com o orçamento desde que decidimos dar o salto, na verdade! Começou por ser um excel em que pusemos as despesas de viagem, onde íamos pondo todas as despesas previstas quando chegássemos, passou por, nos primeiros dias, lançar todas as que tivemos até que percebemos quanto é que precisávamos por semana.

E esta foi a primeira mudança em termos de pensar o dinheiro. Porque eu recebo à semana, porque muita coisa se paga à semana, deixámos de pensar em despesas por mês e passámos a pensar em semana.

Resumidamente, como casal, precisamos de 300£/ semana. Metade desde orçamento vai direitinho para o quarto. Podíamos ter um ligeiramente mais barato, mas seria mais pequeno, partilharíamos a casa de banho com mais gente ou a casa poderia ser uma bagunça. Tal como está, achamos este a nosso jeito. Depois, vão 40£ para os passes de autocarro, 50£ para supermercado, ficam 60£ para almoços e outras despesas como a ida semanal ao pub que não dispensamos. Neste momento, vamos passar a comprar passes mensais, o que significa que na primeira semana, gastamos 410£, mas que nas outras o orçamento baixa para 260£.

Comunicações, carregámos 10£ em cada telemóvel no início do mês e ainda temos bastante saldo, estamos mesmo a pensar que já vamos poder comprar um pacote de dados cada um e, portanto, navegar à vontade sem andar à procura do wireless gratuito mais próximo.

De notar que não incluí roupa e outras despesas neste orçamento, pelo que deve ser encarado como o mínimo necessário para sobreviver em Londres. Trocado em miúdos… um paga as despesas e o outro guarda o ordenado para outros vôos.

Aos potenciais novos Londrinos

Praticamente, todos os dias recebemos pedidos de ajuda de malta que quer dar o salto. Perguntam-nos o que devem fazer, se o nível de vida é muito alto, como arranjar emprego, alojamento, etc… Foi também a pensar nestes casos que decidimos escrever o blog e muitas das respostas já aqui estão.

Já nos pediram para rever cvs (Micas, o teu não está esquecido!), mas muitas vezes pedem-nos para os avisarmos se soubermos de alguma coisa para eles! Lamentamos, mas não nos é possível responder nestes casos, estamos tão ocupados a procurar emprego/ casa para nós, a lidar com as contingências do dia-a-dia, a pôr a conversa em dia com os nossos pais, a resolver alguns pendentes que deixamos em Portugal que não dá para procurar emprego para outras pessoas. Tanto mais que não sabemos o que querem encontrar, acho que muitas vezes nem eles próprios sabem.

Podemos, e fazemo-lo sempre, dar testemunho da nossa experiência. Damos e deixo aqui a lista dos sites que consultamos semanalmente:

Quando, efectivamente, formos procurar uma casa para nós, deixaremos aqui a lista dos sites que preferimos. É com o maior prazer que recebemos quem chegar no aeroporto e vos levamos ao vosso alojamento (foi o que fizeram connosco e estamos muito gratos). Se for o conveniente para vocês até procuramos um quarto aqui perto em Willesden ou aconselhamos a melhor área para procurar em função do vosso budget/ local de trabalho.

Acima de tudo, o nosso conselho é: façam um plano, identifiquem as áreas em que gostariam de trabalhar, comecem a construir uma rede tendo esse fim em vista. Contem connosco para todas as informações que precisarem e para vos receber de braços abertos, sempre!

Plano em marcha

A decisão seguinte a tomar foi quando arrancar e para onde? O quando arrancar foi, altamente, condicionado pela época natalícia que se aproximava. Por um lado eu trabalho em Retalho e para as posições a que me candidato, ninguém contrata nesta altura, por outro lado achámos que merecíamos passar as festas com a nossa família e amigos. Há que acrescentar o facto do irmão do Ricardo também ter emigrado recentemente e este Natal foi a primeira vez que regressou a casa.

O para onde revelou-se lógico. Londres é a capital e é onde estão sediadas a maior parte das empresas de recrutamento, se tencionamos ficar por aqui? Nem por isso! Gostamos da cidade, é grande, tem tudo, mas preferíamos algo menos central e mais calmo.

O certo é que, em Outubro, comprámos bilhetes para depois do Natal e isso deixava-nos com 2 meses para preparar a vinda. Arregaçámos as mangas e pusemos os dedos a trabalhar, foram muitas horas na internet, mas isso é assunto para outro post.

Plano de Ação

Quando começámos a aprofundar conhecimentos sobre o Reino Unido, a informação amontoava-se e rapidamente descobrimos que precisávamos sistematizar a mesma e definir estratégias. Decidimo-nos por criar um documento no Google drive, partilhado pelos dois onde fomos descarregando a informação que já possuíamos como os detalhes do voo, o nosso nº de telefone inglês que a prima do Ricardo nos arranjou, a morada da minha prima para usar nas candidaturas que fizéssemos enquanto não chegávamos e, principalmente, qual a estratégia que cada um de nós ia utilizar para se apresentar ao mercado!

Mais tarde, criámos um segundo documento, também partilhado, para os contactos que os amigos nos iam dando de amigos que já estavam no Reino Unido.

Se cumprimos o plano de acção à risca? Eh! Digamos que o importante foi escrever as linhas orientadoras, depois adaptar ao que ia acontecendo e mudar mesmo algumas resoluções. Afinal, a vida é o que acontece no meio dos planos!

Escolher o destino

Este foi o nosso primeiro desafio! Começámos por pensar nos idiomas que falamos, o mundo lusófono era uma excelente hipótese. Numa primeira fase pusemos Angola de parte, devido às assimetrias sociais, nada fáceis de encarar por dois filhos da classe média e a quem custa entender quando esta quase não existe. Numa segunda fase, pensámos no Brasil, é uma economia a crescer, o retalho tem tido um boum enorme e precisam muito de pessoal qualificado. No entanto, a dificuldade em conseguir visto e a falta de fundos para financiar uma viagem exploratória fizeram-nos mudar de ideias.

Olhámos para mais perto e a Europa pareceu-nos um destino mais viável. Escolhemos o Reino Unido por, apesar de também ser afectado pela crise, estar melhor protegido pela Libra, versus o Euro. Também é um mercado que acrescenta valor a quem passa por ele e isso faz com que compense o frio e a falta de sol.