Ciclista! V.1

Depois de se conseguir o primeiro emprego, qual é a primeira coisa acertada a fazer? Exactamente! Comprar uma bicicleta! Este é o meio de transporte privilegiado em Londres (pelo menos para mim….). Os autocarros são a maior seca do mundo. O trânsito é complicado, os motoristas ou têm alergia ao acelerador ou o pedal do acelerador tem picos e eles picam-se se o pressionarem muito, e os autocarros são frios no Inverno e quentes na Primavera – nem quero imaginar no Verão!

O Tube é bom, rápido e eficiente mas caro. Também, depois, não são poucas as vezes em que existem problemas nas linhas e a coisa fica mais complicada. Conclusão: Get a bike!

Depois de uma análise extensiva ao mercado, e depois de muito pensar se valia a pena antes, trazer uma das minhas de Portugal, apareceu um negócio de comprar um verdadeiro “chaço” por £60 a um colega meu. Uma bicicleta de BTT, velha, pesada, mas funcional. Excelente para Londres. Assim ninguém a rouba…

É que ter aqui por estas bandas uma coisa mais valiosa, é um convite aos assaltantes. Há que ter muito cuidado.

Portanto, gastei o valor do passe mensal numa bicicleta. Primeiros dias de bike para o trabalho e tudo corre perfeitamente. Os automobilistas respeitam os ciclistas, são simpáticos e não houve problemas de maior. Não houve confusão com o lado “direito” da circulação porque, havendo sempre trânsito uma pessoa não se engana.

Depois da primeira semana de “commutação” começaram os “problemas”…

Primeiro, ganho de forma física. Depois de uma semana a pedalar todos os dias, o ego cresce assim como a forma física. Então, todos os dias é um “Sprint” a tentar apanhar o ciclista que vai ali mais à frente, ou a tentar passar o 52 (que era o autocarro que apanhava para o emprego, e se o passar quer dizer que compensa sempre ir de bicicleta….), ou para apanhar o semáforo verde, etc…

Stresses? Apenas um… Lançado (como sempre), esbaforido e cheio de pressa, entro numa pequena rotunda à confiança. Vem um carro do lado esquerdo que, por alguma razão, não me vê, e mete-se à minha frente. Num ápice, viro para o meio da Estrada e passo por ele. Quando me vê, trava e deve ter apanhado um susto de primeira. Continuo a pedalar (depois do susto) e vejo que o carro vem atrás de mim. Tenta apanhar-me, buzina freneticamente algumas três vezes, até que me “apanha” num semáforo vermelho. Aí, olho para ele, está a o condutor a pedir-me imensas desculpas pois não me viu…

Ok… Poderia ter sido pior… No pasa nada! Siga….

Dos carrinhos de bebé e das trotinetes

Os carrinhos de bebé são uma praga nesta cidade! Estão por todo o lado, atravancam os autocarros, ocupam o espaço das cadeiras de rodas. E vêm aos pares e aos trios também. Como carro é meio de transporte muito menos utilizado por aqui não há a restrição ao número de filhos imposto pela capacidade do banco de trás. Por outro lado, os subsídios também são muitos e generosos, pelo que, para determinada camada da sociedade, compensa ter mais filhos.

É normal ver uma mãe acompanhada de 4 crianças, com idades em escadinha desde o recém-nascido (no carrinho, claro) aos 6 anos. Também já me cruzei algumas vezes com um casal e as suas 5 filhas, seja a entrar no autocarro ou a saírem da escola (tão giras com os seus polos iguais!).

Os carrinhos são usados até bastante tarde, se não houver irmão mais novo que tome o lugar no mesmo. Tal como em Portugal já observava, muitas vezes já têm idade para andar pelo seu próprio pé e continuam a ser empurrados pelos pais. Alguém que tenha filhos que me explique, porque para mim parece que estão a criar uns preguiçosos, mas pronto!

A alternativa a andarem de carrinho é a trotinete. Muito direitos em cima da mesma e a mãe ou o pai a puxar a dita. Não me quero repetir, portanto favor reler o que escrevi no parágrafo anterior.

Cidade estranha e diversa esta, hein?

Recrutamento à Inglesa

aqui falei das entrevistas telefónicas que são inevitáveis neste país. Destinam-se a validar o nosso CV e a perceber se teremos as skills necessárias para a função. Quando passamos à entrevista presencial, o CV já é menos importante ou até posto de lado. Por exemplo, fui a uma entrevista para o Boots, conhecida cadeia de farmácia/ perfumaria em que quem me entrevistava nem tinha o meu CV, apenas um guião de perguntas, destinadas a comprovar as minhas skills de retalho e de management, através de exemplos práticos. No final, pediram-me que estudasse um case e apresentasse a minha solução. Foi um exercício bastante interessante, já que me lembrou tudo o que eu sempre gostei no retalho, estratégia, gestão de equipas, liderança. Infelizmente, não me permite esquecer aquilo de que gosto menos: os horários. No dia seguinte recebi o mail da praxe “Thanks, but no thanks!”. Bem, pelo menos deu para ter a certeza do que não quero.

Outro processo em que estive envolvida foi para Event Organiser com conhecimentos de línguas (vale a pena ler este post para perceber de onde é que isto vem). Depois da entrevista telefónica, recebi um mail a convidar-me para uma entrevista presencial, informaram logo que me pediriam para fazer um teste prático de word e excel e que valia a pena estudar o site deles. Eu gosto de testes práticos! Dizer que se percebe é uma coisa, mostrar é a sério. Na entrevista estavam presentes a Sarah que, estando de saída da empresa, era quem estava a tratar do processo de recrutamento e a Stephanie, Manager. Simpatizei logo com ela, principalmente porque no site da empresa diz que adora esquiar!

Quando cheguei a casa, já tinha o mail a chamar-me para a entrevista final. A Sarah também me pediu que lhe enviasse um documento em que escrevesse como via a empresa, a posição a que concorria, bem quais as skills que eu achava que possuía e que poderiam acrescentar valor. À boa maneira tuga, tinha semana e meia e, claro, só escrevi no dia, mas saiu uma coisa bem feitinha.

Assustei-me quando entrei na sala! Estava à espera da Sarah, da Stephanie e de um dos diretores, mas estavam ainda mais duas pessoas da equipa. Todos podiam fazer 2 ou 3 perguntas, sendo que o Scott estava mesmo interessado era na experiência que eu tinha adquirido a trabalhar a página FB do Ignite Portugal. A empresa é pequena, toda a gente mete o bedelho onde puder e o Social Media precisa de cara lavada, é verdade. O role play correu-me bastante bem e pronto. Quize minutos e estava tudo feito.

A Sarah já me tinha avisado para levar um livro porque, no final, era tempo da restante equipa conhecer os candidatos e iríamos para um pub, mas poderia haver algum tempo de espera. Li muito pouco, não estava com cabeça e também o cachorro da Nic que, soube, visita o escritório 3 dias por semana, estava mesmo ali a pedir festas e brincadeira.

Eu adoro pubs e sou um bicho social! Esta etapa do processo de recrutamento estava feita para mim. No início, estavam mais rapazes discutiu-se futebol (dizer duas ou três coisas acerca do Mourinho e do Ronaldo ajudou), St. Patrick e afins. Depois foram chegando as meninas e fui sabendo mais da empresa (adoro o trabalho feito no Twitter pela Lucy) e da equipa. Também conheci a minha concorrência: éramos cinco e ficaríamos dois. Obviamente a Julia, única a falar Russo seria contratada, a Bárbara, Portuguesa como eu, esteve o tempo todo de braços cruzados (se não fosse concorrência tê-la-ia avisado, mas assim…). Ficavam os dois rapazes, um esteve o tempo todo a lançar charme para todo o lado, tendo ficado no pub no final do dia a flirtar com duas das miúdas, já o outro rapaz pareceu-me bastante interessante com bastante experiência em eventos e falava bastante bem Português.

Há processos de recrutamento fora da caixa, como o da Heineken que correu mundo ultimamente, mas este também o foi. Definitivamente, quiseram-me conhecer e eu tive oportunidade de mostrar que era a melhor para o lugar. No final…. No final consegui o emprego! Viva eu!

Alegria no Trabalho

Era uma vez uma Portuguesa, um Italiano, uma Francesa, uma Russa, um Espanhol e uma Alemã… Parece o início de uma anedota em que, no final, a Tuga prova ser a mais esperta, mas não é. É a minha equipa de trabalho no Festival dos Leões de Cannes.2013-03-22 09.09.00

O nosso trabalho é contatar as Agências de Publicidade nos diversos países e, usando os nossos conhecimentos linguísticos, garantir que nenhuma campanha publicitária, com valor acrescentado, deixa de ser apresentada a concurso. Já agora, persuadir as agências a fazê-lo o mais cedo possível já que todas as candidaturas têm de ser revistas e, quanto mais tempo houver para o fazer, em melhores condições estarão perante o júri e o Festival e a Agência só têm a ganhar com isso.

Cada país tem as suas peculiaridades! Em França, na Alemanha e restantes países germânicos é obrigatório o tratamento por sr. e sra., em Espanha usa-se muito o tu, em Portugal, fui corrigida por duas telefonistas por não usar o dr. ou dra., mas no geral o tratamento por você está perfeito, cheguei mesmo ao tu com um ou dois contatos. No Brasil, são muito mais boa onda e informais, o beijinho no final do telefonema ou do email faz parte.

Considerando que é um trabalho temporário, poderíamos pensar que era chegar, fazer uns telefonemas, despachar uns mails e pronto! Mas que raio, não sou assim e a maior parte dos meus colegas também não. Em poucas semanas construí relações com alguns clientes, desde os que apresentam 1 candidatura, aos que apresentam 200. Traduzi muitos mails para Inglês e vice-versa, envolvi-me com as suas questões, vi muito vídeo de campanhas que vão a concurso este ano. Tenho os meus favoritos, claro, mas desejo a todos a mesma boa sorte!

No outro dia, ficámos a olhar em volta e a comentar: quando nos formos embora este escritório vai ficar um silêncio sepulcral. É que nós éramos mesmo os mais animados. Ríamos, conversávamos, falávamos ao telefone e teclávamos furiosamente para responder a todos os mails, mas, na verdade, fomos a primeira equipa que, alguma vez, cumpriu o objetivo de 100% contactos e, ainda por cima, de uma forma qualitativa.

Go, Entries Team, go!

Água

Este é um tema de que não esperava nada vir a falar, mas a verdade é que influencia muito o nosso dia-a-dia e não, não estou a falar da chuva que, tradicionalmente, se atribui a Londres, é mesmo da que sai das torneiras que hoje falo.

A água em Londres é calcária, ponto! Isto significa que é o paraíso dos vendedores de detergentes anticalcário, seja em líquido para limpar casa de banho e afins ou em pastilha para as máquinas da roupa e louça.

Outra classe de produtos que vende muito bem e se torna indispensável é o jarro para filtrar a água para beber, o filtro na torneira ou jarro elétrico com filtro (quero um destes quando tiver a minha casa). Sim, tem mesmo de ser usado! Segundo a Diana e o Jorge, enfermeiros de profissão, o nível de calcário é tal que aumenta em muito o risco de pedras nos rins. Uma das mariquices no escritório novo do Festival dos Leões de Cannes era mesmo uma máquina que filtrava e aquecia água por andar.

Ainda um hábito que rapidamente se adquire é o de usar creme hidratante no corpo. A água seca a pele e provoca irritação, depois coçamos e acabamos com feridas. Devo dizer que os meus braços estão uma vergonha por causa disto. O creme de mãos torna-se o nosso melhor amigo, sempre connosco para fazer frente à secura (esta provocada, também, pelas temperaturas baixas). O cabelo também exige cuidados redobrados de hidratação, a Diana aconselhou-me a passar óleo nas pontas antes de o lavar para o proteger, por exemplo.

E, pronto, se calhar é por isto que esta malta bebe tanta cerveja!

Entrevista por Telefone

Já me tinha acontecido algumas vezes em Portugal, mas aqui é prática comum que a segunda fase de recrutamento, depois do envio do cv, seja uma entrevista telefónica.

Das primeiras vezes, cometi o erro de responder quando me ligavam. Não estava preparada e, claro, a coisa não correu muito bem. Hoje, sempre que recebo um telefonema indico que estou no meu local de trabalho e que não posso interromper, se me podem ligar a determinada hora. Esta estratégia tem dois efeitos importantes: indica ao recrutador que sou uma pessoa focada no meu trabalho e responsável e permite-me ir rever o anuncio e fazer alguma pesquisa sobre a empresa.

As entrevistas podem demorar 5mn ou 30 mn. Já fiz uma para o Debenhams com hora marcada que correu muito mal, fiz outra para a Boots hoje que correu muito melhor. As duas foram longas e versaram sobre o meu CV, sendo normal pedirem exemplos de gestão de equipas, reclamações, etc… A dificuldade extra está em ser em Inglês, mesmo sendo fluente e já cá estando há 3 meses, há certos cambiantes que, por telefone, ficam difíceis de perceber.

A semana passada tive uma bem curta, cerca de 5mn – 10mn, a posição é de Conference Manager e um dos mercados trabalhados pela empresa é o Brasil. Ligaram-me no início da tarde, pedi para ligarem mais tarde, mas acabei por ser eu a ligar (além da chamada, tinham-me enviado um mail com detalhes e o número de telefone direto). Usei a palavra Brasil 5 vezes, falei em customer focus e em construir relações com clientes mesmo em contexto de trabalho temporário. Recebi agora um mail a chamarem-me para a entrevista. Wish me luck!

Domingo de Páscoa à Emigra

O fim-de-semana da Páscoa tem 4 dias no RU, já que a 2ª feira também é feriado. Eu estou em casa os 4 dias, o Ricardo só esteve no Domingo, já que a loja abriu nos outros dias e o Gerente esteve de férias, sendo necessário cobrir esses dias.

Cá em casa somos só três, nestas semanas, já que a Rosa foi passar a Páscoa à Madeira com a família. Ficámos nós e o Hugo, Açoriano de São Miguel com o seu sotaque marcado. Já fez dois anos que está em Londres e mistura bastantes palavras inglesas no meio do português. Soa “nice”!

No Sábado tinha prometido umas panquecas para o pequeno-almoço, mas a falta de uma frigideira antiaderente fez com que mudasse de planos. Convidei o Hugo para almoçar connosco.883549_10200290758204578_1564968855_o

Foi um almoço relativamente simples! Fizemos umas gambas ao alhinho e galinha no forno. Quando fui preparar o almoço apercebi-me que faltava pão e pimentas para as gambas, pedi ao Ricardo que fosse à rua. Lá foi o rapaz a correr ao DeliBeira. Regressou com dois pães fatiados (algures entre o pão alentejano e o de Mafra) e um pacote de pimenta branca!!!! Em 4 anos, nunca me viu usar pimenta branca, mas enfim…

As pernas e coxas de galinha tinham sido congeladas já temperadas com molho de soja e mostarda, pelo que ao descongelar ganharam o sabor, foi só colocar no forno com vinho branco (4 libras a garrafa mais barata que consegui encontrar – ufa!!!!), azeite, alho e louro. Acompanhei com batata nova cozida e depois levada ao forno com azeite e tomilho e uns pimentos e cebola salteados em azeite e molho de soja.

O Hugo892973_10200290944969247_1830679545_o contribuiu com uma cerveja que combinou perfeitamente com a refeição e um gelado que saldou a coisa como deve de ser! O Ricardo fez o café e o meu chá… No final, os rapazes lavaram a louça e arrumaram a cozinha enquanto eu me refastelava a beber chá.

Depois, cumpriu-se a tradição de dormir a sesta a seguir a um belo repasto. Emigrantes, mas as tradições são para se cumprirem!

Orçamento

Nós andámos às voltas com o orçamento desde que decidimos dar o salto, na verdade! Começou por ser um excel em que pusemos as despesas de viagem, onde íamos pondo todas as despesas previstas quando chegássemos, passou por, nos primeiros dias, lançar todas as que tivemos até que percebemos quanto é que precisávamos por semana.

E esta foi a primeira mudança em termos de pensar o dinheiro. Porque eu recebo à semana, porque muita coisa se paga à semana, deixámos de pensar em despesas por mês e passámos a pensar em semana.

Resumidamente, como casal, precisamos de 300£/ semana. Metade desde orçamento vai direitinho para o quarto. Podíamos ter um ligeiramente mais barato, mas seria mais pequeno, partilharíamos a casa de banho com mais gente ou a casa poderia ser uma bagunça. Tal como está, achamos este a nosso jeito. Depois, vão 40£ para os passes de autocarro, 50£ para supermercado, ficam 60£ para almoços e outras despesas como a ida semanal ao pub que não dispensamos. Neste momento, vamos passar a comprar passes mensais, o que significa que na primeira semana, gastamos 410£, mas que nas outras o orçamento baixa para 260£.

Comunicações, carregámos 10£ em cada telemóvel no início do mês e ainda temos bastante saldo, estamos mesmo a pensar que já vamos poder comprar um pacote de dados cada um e, portanto, navegar à vontade sem andar à procura do wireless gratuito mais próximo.

De notar que não incluí roupa e outras despesas neste orçamento, pelo que deve ser encarado como o mínimo necessário para sobreviver em Londres. Trocado em miúdos… um paga as despesas e o outro guarda o ordenado para outros vôos.

Aos potenciais novos Londrinos

Praticamente, todos os dias recebemos pedidos de ajuda de malta que quer dar o salto. Perguntam-nos o que devem fazer, se o nível de vida é muito alto, como arranjar emprego, alojamento, etc… Foi também a pensar nestes casos que decidimos escrever o blog e muitas das respostas já aqui estão.

Já nos pediram para rever cvs (Micas, o teu não está esquecido!), mas muitas vezes pedem-nos para os avisarmos se soubermos de alguma coisa para eles! Lamentamos, mas não nos é possível responder nestes casos, estamos tão ocupados a procurar emprego/ casa para nós, a lidar com as contingências do dia-a-dia, a pôr a conversa em dia com os nossos pais, a resolver alguns pendentes que deixamos em Portugal que não dá para procurar emprego para outras pessoas. Tanto mais que não sabemos o que querem encontrar, acho que muitas vezes nem eles próprios sabem.

Podemos, e fazemo-lo sempre, dar testemunho da nossa experiência. Damos e deixo aqui a lista dos sites que consultamos semanalmente:

Quando, efectivamente, formos procurar uma casa para nós, deixaremos aqui a lista dos sites que preferimos. É com o maior prazer que recebemos quem chegar no aeroporto e vos levamos ao vosso alojamento (foi o que fizeram connosco e estamos muito gratos). Se for o conveniente para vocês até procuramos um quarto aqui perto em Willesden ou aconselhamos a melhor área para procurar em função do vosso budget/ local de trabalho.

Acima de tudo, o nosso conselho é: façam um plano, identifiquem as áreas em que gostariam de trabalhar, comecem a construir uma rede tendo esse fim em vista. Contem connosco para todas as informações que precisarem e para vos receber de braços abertos, sempre!

Ciclistas

2013-03-20 09.20.06

Londres é, de facto, uma cidade enorme, multicultural, cheia de pessoas diferente, esquisitas e, muitas delas, ciclistas.

Todos os dias se vêem milhares de ciclistas a irem para os seus trabalhos no centro de Londres, na periferia, em qualquer lado. E é giro ver a multiplicidade de formas, cores e componentes de cada bicicleta. Tanto encontramos uma senhora já com alguma idade numa “pasteleira” – aqui chamam-se Pashley porque é o nome da marca inglesa mais popularizada neste tipo de bicicletas – com um cesto de verga à frente, como uma rapariga de calças, numa bicicleta de Estrada em carbono, com o capacete todo torto na cabeça, guarda-lamas (para não se sujar) e toda ofegante a pedalar forte.

Mas ainda ontem vi um rapaz, todo equipado, de mochila às costas a pedalar numa Venge  S-Works (para os menos entendidos, uma bicicleta de mais de 8.000€…) todo lampeiro a caminho do trabalho enquanto fazia o seu treino matinal… UAU!!!!! Esta “fauna” é mesmo díspar….

Entre toda esta gente, são muitos os que passam na loja seja para comprarem luzes, câmaras-de-ar, encher os pneus ou comprar géis ou mesmo outros componentes. E também aqui há de tudo: ciclistas antipáticos, pessoas extremamente simpáticas, com óptimo sentido de humor, outros “macambúzios”, ,etc. Eu e o Joe temos uma tendência natural para não dizer que não a uma menina/senhora. Quando chegam ao pé de nós para comprar uma câmara-de-ar nova… ah, e se poderiamos mudá-la…. Claro que sim. Somos incapazes de dizer que a oficina está cheia de trabalho. Nós mesmo o fazemos. Mãos todas sujas mas, as meninas saem da loja com uma bicicleta “nova”. Ah, claro, depois de pagarem as 17 libras que custa o serviço claro. Não ando eu com as mãos todas secas (de tanto as lavar), cheias de feridas para não facturar.

A loja tem uma bomba para emprestar a quem passa e é um dos acessórios mais concorridos. Faz com que tenhamos casa cheia por vezes. Muitas meninas pedem a bomba para encher. Mas… Muitas vezes não conseguem encher. Ainda ontem me virei para uma cliente ao fim de alguns segundos: Precisa de ajuda? Resposta da cliente: É assim tão óbvio???? Pronto. Porta aberta para piadinhas à Ricardo: Sim, eu ajudo, não faz mal. Só tenho é de avisar que sou profissional da coisa e cobro £5 por cada bombada! Risada pegada claro! Adoro clientes com bom sentido de humor. E, muitas das vezes, conseguimos ter momentos bem divertidos na nossa loja.

Gosto e sinto-me bem ali.